Adriana Izel
Para ouvir a rádio reportagem acesse o site: http://www.4shared.com/audio/drsoetUQ/Adriana_Izel_Reportgem_especia.html
Para não ficar atrás da televisão e do rádio na cobertura das eleições de 2010, os meios de comunicação impressa decidiram investir na internet. O Correio Braziliense e o Jornal de Brasília criaram editoriais especializadas e até hotsites para que o leitor possa ter um acompanhamento em tempo real da disputa.
Além disso, a medida se justifica porque as próprias campanhas eleitorais apostaram nessa ferramenta. Em parte porque, atualmente, o Brasil já possui quase 70 milhões de internautas, que passam três vezes mais tempo diante do computador do que da televisão. De acordo com a cientista política da Universidade de Brasília, Mariza Bulow, nesta eleição, a internet é um elemento muito mais importante do que em anos anteriores.
“As campanhas se dedicaram muito mais do que antes a ter gente especializada nas redes sociais, gente que pudesse organizar a campanha virtual. Acho que isso antes não era forte, dá para se dizer isso sem problemas. Tem também uma quantidade muito maior de e-mails sendo enviados, não necessariamente orquestrados pelas campanhas, mas pelos próprios militantes.”
Apesar disso, essa não é a primeira eleição acompanhada de fato pela internet. Segundo o editor do site correiobraziliense.com.br, Paulo Rossi, a disputa de dois anos atrás e também a de 2006 foram acompanhadas na web, mas de forma diferente. O crescimento tecnológico é apontado por Rossi como o grande diferencial.
“Mas não havia toda essa parafernália tecnológica que a gente tem hoje. Nessa cobertura de agora, nessas eleições, a gente fez videochat para debate, a gente teve tempo real, não só da eleição de Brasília, mas de todo o país, com dados do TSE e dos TRES. Então, a gente conseguiu no site do Correio Braziliense ter toda essa atualização em tempo real. E usamos muita coisa que não se usava nos anos anteriores.”
O editor do site Clica Brasília, Gustavo Torquato, explica que, desta vez, o jornal optou por utilizar um espaço do portal que ficou chamado de Clica Eleições, no lugar do hot site. A alimentação é feita com auxílio dos repórteres de política do Jornal de Brasília.
“A cobertura está sendo feita integrada com o jornal. Notícias de política local a gente faz uma cobertura junto com a editoria de política do Jornal de Brasília. Os repórteres saem para fazer apuração e saem para fazer matérias e a gente pega retorno com eles ou a gente puxa a matéria depois para colocar no Clica. No dia da votação, no primeiro turno, trabalhos com toda a equipe.”
Os editores concordam que com a internet há uma interação entre a informação e o internauta. O editor do site do Correio, Rossi, disse ainda que as eleições aumentaram o índice de acessos e de comentários nas páginas.
“No dia da eleição, pageviews, que aos domingos geralmente fica na base de 200 e poucos mil pageviews, com 50 mil visitantes únicos. No dia da eleição, chegou a quase 500 mil pageviews com 130 mil visitantes únicos. Ou seja, no dia da eleição você vê um aumento incrível da quantidade de pessoas procurando o site para se informar do que estava acontecendo.”
Ainda não se sabe se o resultado das eleições será influenciado pela internet, como aconteceu, em 2009, nos Estados Unidos com a vitória de Barack Obama. Resta aos estudiosos, políticos e eleitores esperarem o resultado da eleição.
Paulo Rossi é editor do site do Correio Braziliense;
Gustavo Torquato é editor do site Clica Brasília;
Mariza Bulow é cientista política da Universidade de Brasília.
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