Web Turno
Uma análise da influência da internet nas Eleições de 2010. Além do primeiro e do segundo turno, há agora um "web turno".
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Jornais impressos investem na cobertura em tempo real das eleições de 2010
Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer, diz especialista
Em diversos países a internet vem se tornando uma ferramenta capaz de modificar o destino dos países nas eleições. O caso mais conhecido aconteceu nos EUA, nas eleições que elegeram Barack Obama como presidente. No Brasil, especialistas concordam que ainda falta engajamento para alcançar o mesmo resultado.
Segundo a Gestora de Mídias Sociais Isabella Meneses, a forma como os brasileiros utilizam as redes sociais é diferente da forma como os norte americanos as utilizam. Ela explica que, no Brasil, a rede ainda está ligada ao lazer e não tanto às questões mais sérias. “Apesar disso, acredito que, se houver um trabalho sério da parte dos políticos, poderemos ver cada vez mais eleitores conquistados pela web”, diz Isabella.
Isabella explica ainda que nas ultimas eleições já houve uma preparação intensa dos candidatos. “As assessorias e as equipes ligadas à campanha online fizeram um trabalho de conscientização para seus cientes, eu estão prestando mais atenção aos eleitores que podem engajar através da internet”, esclarece. Mas também existem problemas capazes de dificultar o processo – se mal usadas, as mensagens enviadas podem ser vistas como spam, prática repudiada pela maioria dos internautas.
Já as vantagens são inúmeras: da interação com os eleitores de forma rápida até a extensão do tempo do horário eleitoral – o que é importante para candidatos com pouca presença, como foi o caso de Plínio de Arruda Sampaio, que ganhou a simpatia de muitos no Twitter.
O caminho a ser percorrido ainda é longo. Segundo a gestora, alguns candidatos ainda não estavam preparados para a interação com os eleitores e alguns eleitores perceberam a presença dos candidatos na rede como invasiva, o que dificultou todo o processo e o diálogo. “Esperamos que, para a próxima eleição, as pessoas entendam que os políticos precisam desse espaço para conversar e mostrar mais de suas realidades e propostas”, diz Isabella.
Isabella Meneses é Gestora
Twitter: @bellameneses
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Os partidos precisam se pronunciar, passar seu posicionamento com ética e respeito aos usuários das redes sociais, diz especialista
Webturno: A internet e as redes sociais são capazes de influenciar no resultado de disputas políticas?
Renata Bonadia: Sim, não só é possível como já aconteceu. Algumas regiões tiveram uma virada incrível no resultado final devido ao trabalho ardo nas redes sociais. Posso citar o meu caso como exemplo. Mudei meu voto após ter conhecido melhor um dos candidatos por meio de comentários dos meus conhecidos nas redes: Facebook e Twitter. Votei em um partido que não conhecia com total convicção de que estava fazendo a melhor escolha para a presidência do país. Isso se deve à tecnologia que trouxe essa nova maneira de se comunicar.
W: Nas próximas eleições os candidatos e seus articulados devem estar preparados para utilizar a internet como elemento de divulgação de suas mensagens?
R.B: Com certeza. São 70 milhões de brasileiros online: a cada três, um está conectado. E a cada dia são 500 mil pessoas que se conectam na internet pela primeira vez. As pessoas já estão falando dos partidos e por isso eles devem sim se pronunciar, passar seu posicionamento com ética e respeito ao usuário.
W: Quais as vantagens e desvantagens das ferramentas disponíveis (Orkut, facebook, twitter...) no processo eleitoral?
R.B: Muitos partidos fizeram SPAM pensando que seria uma boa estratégia. Os usuários das redes os encaram como invasão ao seu espaço. A vantagem de viralizar uma informação está justamente da ideia de que as pessoas compartilham por simples e espontânea vontade – sempre que forem postadas informações válidas vou compartilhar com meus amigos e aí sim gerar multiplicação da informação de uma forma saudável.
W: Uma pesquisa realizada pelo DataSenado em outubro do ano passado mostrou que 46% dos entrevistados acreditavam que a vantagem da internet nas eleições seria a troca de informações e idéias entre candidatos e eleitores. Você acredita que isso se cumpriu como o esperado?
R.B: Sim, as pessoas discutiram muito sobre política nas vésperas e durante as eleições. A maioria das pessoas que acompanho nas redes sabia claramente o partido que mais agradava e os partidos sabiam qual campanha devia ser desenvolvida para determinado público alvo. Acredito que com o boom das mídias sociais isso só tende a crescer.
Renata Bonadia é Publicitária e Consultora
Siga no Twitter: @ReBonadia.
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Redes sociais - ferramenta para garantir mais votos
Um dos diferenciais das eleições 2010 é a tentativa de aproximação entre candidatos e eleitores através da internet. No Brasil, redes sociais como o Orkut e o Twitter ganham cada vez mais atenção dos partidos e cabos eleitorais e são vistos como uma ferramenta para garantir votos a mais.
No primeiro turno, por exemplo, fenômenos como o Twitaço realizado pela candidata Marina Silva alcançou milhares de eleitores e, segundo pesquisa realizada pelo Ibope, foi responsável pelo aumento de cerca de 2% dos votos de Marina. Ações como essa e os cerca de 20 milhões de votos conquistados fizeram da candidata o centro das atenções da mídia estrangeira.
Publicações renomadas como “El Mundo”, “El País”, “The Guardian” e “Financial Times” deram à Marina o título de vencedora nas eleições. O motivo para o reconhecimento foi o foco da candidata em questões ambientais e a ausência de provocações aos adversários durante sua campanha.
Resultados como esse nos fazem entender as mídias sociais como canais complementares poderosos que, se usados de forma combinada com canais de comunicação tradicionais podem, sim, fazer diferença no processo eleitoral.