segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Os partidos precisam se pronunciar, passar seu posicionamento com ética e respeito aos usuários das redes sociais, diz especialista

Pricilla Beine

A interação entre candidatos e eleitores foi a principal mudança durante as eleições 2010. Ações voltadas especificamente para usuários de redes sociais ganharam atenção de especialistas, que afirmam ser apenas o começo de uma revolução na forma de fazer campanhas políticas. Leia abaixo a entrevista com Renata Bonadia, consultora de mídias sociais.

Webturno: A internet e as redes sociais são capazes de influenciar no resultado de disputas políticas?

Renata Bonadia: Sim, não só é possível como já aconteceu. Algumas regiões tiveram uma virada incrível no resultado final devido ao trabalho ardo nas redes sociais. Posso citar o meu caso como exemplo. Mudei meu voto após ter conhecido melhor um dos candidatos por meio de comentários dos meus conhecidos nas redes: Facebook e Twitter. Votei em um partido que não conhecia com total convicção de que estava fazendo a melhor escolha para a presidência do país. Isso se deve à tecnologia que trouxe essa nova maneira de se comunicar.

W: Nas próximas eleições os candidatos e seus articulados devem estar preparados para utilizar a internet como elemento de divulgação de suas mensagens?

R.B: Com certeza. São 70 milhões de brasileiros online: a cada três, um está conectado. E a cada dia são 500 mil pessoas que se conectam na internet pela primeira vez. As pessoas já estão falando dos partidos e por isso eles devem sim se pronunciar, passar seu posicionamento com ética e respeito ao usuário.

W: Quais as vantagens e desvantagens das ferramentas disponíveis (Orkut, facebook, twitter...) no processo eleitoral?

R.B: Muitos partidos fizeram SPAM pensando que seria uma boa estratégia. Os usuários das redes os encaram como invasão ao seu espaço. A vantagem de viralizar uma informação está justamente da ideia de que as pessoas compartilham por simples e espontânea vontade – sempre que forem postadas informações válidas vou compartilhar com meus amigos e aí sim gerar multiplicação da informação de uma forma saudável.

W: Uma pesquisa realizada pelo DataSenado em outubro do ano passado mostrou que 46% dos entrevistados acreditavam que a vantagem da internet nas eleições seria a troca de informações e idéias entre candidatos e eleitores. Você acredita que isso se cumpriu como o esperado?

R.B: Sim, as pessoas discutiram muito sobre política nas vésperas e durante as eleições. A maioria das pessoas que acompanho nas redes sabia claramente o partido que mais agradava e os partidos sabiam qual campanha devia ser desenvolvida para determinado público alvo. Acredito que com o boom das mídias sociais isso só tende a crescer.

Renata Bonadia é Publicitária e Consultora em Novos Negócios em Mídias Sociais.

Siga no Twitter: @ReBonadia.

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